O ESTADO DE S.PAULO – 29/10/2018

Fernando Barros

As redes sociais e aplicativos ultrapassaram a importância da TV e do rádio na campanha?

A hegemonia da TV não existe mais, mas não significa que a internet seja melhor ou pior, ambas se complementam. Bolsonaro foi bem-sucedido no que tinha à disposição. O partido dele não lhe dava espaços competitivos. Não foi esperteza, mas falta de opção.

O que foi essencial para garantir a vitória de Bolsonaro?

Ele acertou o jogo com sua torcida, descobriu o que ela queria ouvir e usou isso de forma simples e objetiva. A política não é muito ideológica no Brasil, esquerda e direita se parecem muito. O que existem são demandas, a população queria uma troca de personagens. Bolsonaro usou as redes de maneira crível.

Como fazer campanha agora?

As redes têm de fazer parte do cardápio. Quem trabalha com marketing político terá de ser mais polivalente para compreender tudo. Será preciso times maiores para abranger isso, de maneira objetiva e linguagem simples, com a ciência de que não há filtro e as novas plataformas são permissivas a fake news.

Publicitário e diretor da Propeg