O Comitê de Estratégias Digitais prepara-se para entrar em 2022 com um planejamento que prioriza três grandes temas. A informação é do coordenador do comitê, Rafael Silveira, Gerente de Produto do Grupo Liberal, do Pará “São duas pautas com olhar mais externo, audiências e receitas, e uma terceira, transformação digital, focada nos processos internos das operações dos jornais”, diz.

Confira abaixo os detalhes de cada pauta:

Audiências
Quais são as ações que o comitê em conjunto pode fazer para as audiências? Podemos entrar em contato com as redes sociais que ainda não existem no Brasil e nos aproximar delas? Podemos. Podemos entrar em contato com redes sociais que a gente tem pouca articulação técnica, por exemplo o Facebook? Podemos. Ou seja, é olhar para a temática audiência e ver onde a gente pode torcer esta toalha e tirar mais proveito, principalmente olhando em conjunto, porque muitas vezes individualmente o jornal já tem alguma conexão ou já tem algum contato, mas quando a gente entra em conjunto muitas vezes é melhor para negociar pontos técnicos, não necessariamente os institucionais – de relacionamento entre empresas –, mas sim o que a gente pode fazer tecnicamente, aproveitar melhor cada ferramenta.

Receitas
Quais são os meios pelos quais a gente, de novo em conjunto, consegue atrair mais receitas ou receitas diferentes. Existe um dinheiro no mercado digital, e é verdade que cada jornal já captura este dinheiro de uma forma ou de outra, seja via assinatura ou via publicidade, mas as receitas são um ponto muito importante para a vida financeira de qualquer empresa e principalmente para este momento da indústria. Por isso, a ideia é focar neste ponto de forma transversal, através de dois comitês: Comitê de Mercado Anunciante, no que tange a publicidade, e Comitê de Mercado Leitor, em relação à assinatura. A ideia é fazer um vínculo com esses comitês, não abrir muitas frentes, pelo contrário, focar na demanda desses grupos, ou seja, atrais um dinheiro que está mais à mão.

Transformação digital
Há estágios diferente aqui, com jornais em momentos diferentes da curva de evolução digital. Temos jornais que já abandonaram o impresso, a gente tem jornais que hoje já podemos dizer que são nativos digitais e temos jornais que vivem do impresso como sua principal fonte de receita e audiência. E bem estudados, esses momentos diferentes permitem que os associados olhem entre si e entendam o que que vai acontecer em uma janela de tempo futuro com cada jornal. Quais são os desafios que jornais impressos não têm dentro do seu escopo competitivo? Quais foram os passos que os jornais que já abandonaram o impresso caminharam que os outros vão trilhar? São perguntas importantes a serem feitas e respondidas. Exemplo disso é toda a parte de legado de Mercado Leitor. Muitos jornais vendem ainda com contratos anuais de assinatura, com sistemas que precisam ficar ligados à IVC, sistemas que controlam circulação… isso não é mais uma necessidade da maioria dos jornais que vão para o mundo digital. Pelo contrário, as receitas são recorrentes, você não tem mais o contrato anual, é como a Netflix. Isso, então, gera uma demanda de troca de sistemas, de ajuste de operações, dos nossos fluxos, ou seja, o que a gente pode melhorar para a gente ganhar eficiência, para reduzir custos. E isso tem de ser feito observando que, de fato, os jornais estão em diferentes níveis de transição. Vamos fazer isso de uma forma que os associados possam competir com os players 100% digitais.

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