A impressão é ainda parte importante no modelo de negócios de muitos jornais. Nesse setor, por causa dos altos custos de matéria-prima (papel, tinta e chapas) e de complexidade logística, as boas práticas de gestão para controlar os custos e otimizar os procedimentos são fundamentais.
Pensando nisso, o Comitê de Operações da ANJ desenvolveu um trabalho voltado à troca de informações e de experiências capazes de fazer com que a área operacional agregue valor no negócio, sobretudo por conta dos desafios que 2022 reserva aos publishers.
“O ano de 2022 será um ano de grandes desafios na produção de periódicos, principalmente com relação ao custo de matéria-prima, onde o papel tem maior representatividade”. Diz Aguinaldo Fernandes de Oliveira, diretor Industrial e Logística do Grupo Jaime Câmara, de Goiás, e coordenador do Comitê de Operações, em entrevista à ANJ.
Veja a integra abaixo.
Por favor, faça um balanço resumido das atividades deste ano do Comitê Operações.
Nas reuniões do Comitê de Operações foram abordados assuntos com foco nas boas práticas de gestão e como a área operacional (impressão, manutenção e logística) pode agregar valor no negócio. O destaque ficou em cases de reduções de custos e na logística de distribuição. Também na troca de experiências de como cada jornal administrou suas operações durante a pandemia, já que a área industrial manteve suas atividades de maneira presencial tomando cuidado com todos os procedimentos de segurança para os seus funcionários.
Houve destaque para o trabalho do grupo com os profissionais de Manutenção e Produção. Como foi este trabalho?
Criamos um subgrupo com foco na manutenção e assuntos técnicos onde são discutidos indicadores de desempenho de cada jornal e as boas práticas. O grande desafio dos profissionais de manutenção e produção tem sido administrar e reduzir os elevados custos de peças de reposição e matérias-primas (papel, tinta e chapas), procurando alternativas de nacionalização de componentes e peças.
Quais são os principais desafios desta área para o ano de 2022?
2022 será um ano de grandes desafios na produção de periódicos, principalmente com relação ao custo de matéria-prima, onde o papel tem maior representatividade. Se considerarmos o período 2020/2021 houve um aumento de mais de 50%, o que ocasiona forte impacto orçamentário para os jornais. Vamos ter que abordar o assunto constantemente no comitê de operações, procurando alternativas para adequações de custos e negociações com os fornecedores no Brasil e no exterior. A ideia é atender os interesses tanto dos jornais regionais como os de maior porte. Outro tema relevante que o comitê dará ênfase é a logística de distribuição, que também representa um custo significativo considerando as quedas de tiragens tanto nos jornais de abrangência nacional e nos regionais. Com a queda acentuada de tiragens o custo por exemplar entregue cresce de maneira inversamente proporcional.
Como o setor vem se adaptando às novas tecnologias?
Apesar do caminho irreversível para o digital, algumas têm grande representatividade no impresso. A área industrial não vislumbra grandes mudanças em novas tecnologias de impressão de jornais, mas tem como desafio fazer com que os atuais equipamentos tenham a melhor performance possível através de reduções de perdas de matéria-prima e mantendo os indicadores de desempenho sob controle e elencado benchmark. Os projetos com viabilidade econômica vão se concentrar na impressão digital e projetos segmentados.
Imagem: Detalhe do parque gráfico do Grupo RBS