A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou nesta semana uma plataforma on-line com informações sobre as agressões que vitimaram comunicadoras e comunicadores com base em gênero.
Dados parciais do estudo revelam que, dos 335 ataques direcionados a profissionais da imprensa entre janeiro e outubro de 2021, 23,3% utilizaram o gênero, a sexualidade ou a orientação sexual como argumentos para a agressão.
Foram 71 casos de violência contra mulheres jornalistas, dois episódios que vitimaram meios de comunicação com viés feminista e cinco situações de homofobia contra comunicadores. Isso representa, em média, 1 ataque com características de gênero a cada 3,9 dias.
O cenário, infelizmente, é uma progressão do que ocorreu em 2020. Dados da Abraji mostram que, naquele ano, as jornalistas mulheres foram alvos diretos de 61 violações à liberdade de imprensa e se tornaram vítimas de mais da metade das agressões no meio digital. Isso significa que, em apenas dez meses, 2021 já apresentou um aumento de 16,4% em relação ao total de casos registrados no ano passado.
Neste ano, a violência on-line também se destacou: 65,4% das agressões contra mulheres comunicadoras ou contra profissionais de imprensa envolvendo gênero e sexualidade tiveram origem ou repercussão nas redes sociais. Os homens foram os principais agressores, dentro e fora da internet, com presença em 64,1% dos casos.
O website é parte do projeto Violência de gênero contra jornalistas, iniciativa da Abraji patrocinada pela UNESCO que monitora casos de ataques de gênero contra profissionais de imprensa desde jan.2021.
Conheça a plataforma:
https://violenciagenerojornalismo.org.br/