Relatório anual da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) registrou 430 casos de violência contra jornalistas em 2021, dois a mais que os 428 verificados em 2020.
Segundo a edição de 2021 do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa, lançado nesta quinta-feira (27), foram registradas 140 ocorrências de censura – 138 cometidas dentro da EBC. As censuras representaram 32,56% do total de casos, enquanto a descredibilização da imprensa respondeu por 30,46% (131 ocorrências no total).
Além da censura, cresceu também o número de casos de atentados contra jornalistas e de violência contra a organização dos trabalhadores. Foram quatro atentados e oito ataques a entidades/dirigentes sindicais. Nas demais categorias, houve decréscimo, sendo que na maioria a redução registrada foi pequena.
“A continuidade das violações à liberdade de imprensa no Brasil está claramente associada à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República”, afirma Maria José Braga, presidente da Fenaj. Segundo ela, foram repetidos praticamente mesmos números, com acréscimo de detenção e prisões e aumento dos casos de censura.
DF é recordista de casos no país
Pelo segundo ano consecutivo, o Distrito Federal, sede do Poder Executivo Federal, foi o recordista de casos, com 150 ocorrências, o que representa mais da metade dos registros (56,90%). Neste quantitativo estão incluídos os 138 casos de censuras registrados na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que tem sede no DF. No total, a Região Centro-Oeste teve 269 casos.
O Sudeste, que durante anos foi o campeão em números de casos de violência contra jornalistas, manteve-se como a segunda região mais violenta para o exercício da profissão, mesma posição ocupada em 2020. Foram 69 ocorrências (23,23% do total). O estado de São Paulo foi o mais violento da região e o segundo em nível nacional, com 45 casos (15,15% do total).
No Nordeste, houve 25 casos de violência contra jornalistas (8,42% do total) e a Bahia foi o estado mais violento. Na região Sul do país, foram 18 casos de agressões a jornalistas, o que representa 6,06% do total. Entre os estados do Sul, o Paraná registrou o maior número de ocorrências.
A Região Norte mantém-se com menor número de casos de violência contra a categoria. Em 2021, foram 16 ocorrências (5,39% do total), um número a menos do que no ano anterior. O Pará manteve-se como o mais violento da região