A mais recente edição do Digital News Report, do Instituto Reuters, lançada nesta quarta-feira (15), detalha algumas das principais tendências que estão definindo o futuro da indústria de notícias. Teemu Henriksson, editor de pesquisa da Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA), elencou alguns destaques do relatório.

Um número crescente de pessoas está optando por evitar notícias
Um tema importante no relatório deste ano é a tendência de evitar de forma seletiva as notícias. Os dados mais recentes mostram que, desde 2017, essa prática dobrou no Brasil (de 27% para 54% que dizem evitar frequentemente ou às vezes as notícias), bem como no Reino Unido (46%), além de aumentar em todos os mercados pesquisados: 38% dos entrevistados dizem que às vezes ou frequentemente evitam as notícias em todos os países, contra 29% em 2017. Além de evitar notícias, o relatório observa que um número crescente de pessoas simplesmente não está sintonizado quando se trata de notícias: o interesse em notícias caiu nos mercados de 63% em 2017 para 51% em 2022.

Confiança nas notícias está caindo novamente após o aumento do Covid
Embora a confiança dos consumidores nas notícias tenha aumentado no ano passado durante a pandemia de coronavírus, o último relatório descobriu que a confiança diminuiu em quase metade dos países pesquisados e aumentou apenas em sete. Em média, 42% dizem que confiam na maioria das notícias na maior parte do tempo. O número é o mais baixo nos EUA, tendo caído três pontos percentuais para 26%, e o mais alto na Finlândia (69%).

Pagando por notícias: o crescimento pode estar se estabilizando
À medida que mais e mais editores estão se voltando para modelos de receita de leitores e muitas marcas de notícias estão tendo sucesso com suas assinaturas digitais, o relatório observa que as assinaturas digitais/associação como uma tendência agora estão se espalhando pelo mundo. No entanto, pagar por notícias on-line está aumentando significativamente apenas em um pequeno número de países mais ricos. Em outros lugares, esse crescimento pode estar se estabilizando: em 20 países onde o pagamento é relativamente difundido, 17% pagaram por notícias online – o mesmo número do ano passado. O relatório observa que isso pode ser um sinal de que alguns mercados estão atingindo uma fase mais madura em termos de assinaturas digitais.

Acesso lateral a notícias cada vez mais comum, especialmente entre os jovens
Os caminhos que os consumidores de notícias usam para acessar o jornalismo estão se tornando cada vez mais diversificados, com apenas 23% preferindo iniciar sua jornada de notícias com um site ou aplicativo de notícias. Entre os jovens, e especialmente os de 18 a 24 anos, a conexão com sites e aplicativos é particularmente fraca, pois esse grupo prefere acessar as notícias por vias laterais, como redes sociais, busca e agregadores móveis. O TikTok agora atinge 40% dessa faixa etária e 15% deles usam a plataforma social para notícias. Outras plataformas com foco visual, como Instagram e YouTube, também se tornaram mais populares para acessar notícias dentro desse grupo, enquanto o Facebook continua tendo uma presença cada vez menor em sua vida digital.

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