O papel de um jornal mudou muito desde que o Diário de Canoas circulou pela primeira vez, em 15 de junho de 1992. Quase 8.400 edições depois, jornal deixou de ser apenas o nome dado a este produto físico com notícias impressas que tão bem conhecemos.

É isso, mas também é sinônimo de site com as principais notícias do dia, de programa de rádio, de vídeo ao vivo na Internet, de página nas redes sociais onde os leitores se informam e opinam sobre o cotidiano da cidade e, até mesmo, de alerta que chega pelo smartphone quando algo relevante acontece.

O que não mudou nesses 30 anos foi a credibilidade e a independência do Diário de Canoas. Seja no papel ou na tela, de manhã cedinho ou em qualquer outro momento do dia, o jornal está cumprindo sua missão de informar, de explicar e de fazer pensar.

Nos últimos anos, também é missão do jornal evitar que o leitor se perca em um oceano de conteúdos disponíveis nas redes, mas que muitas vezes são falsos ou estão fora de contexto.

Neste cenário, é ainda mais necessário que o DC seja este jornal moderno e dinâmico, mas sem deixar o básico de lado: o bom jornalismo, com ética, isenção, responsabilidade e sempre olhando para as comunidades nas quais está inserido.

“O jornalismo comunitário é um compromisso mantido pelo Grupo Sinos ao longo de quase 65 anos e é um compromisso do Diário de Canoas desde sua primeira edição. Estamos muito próximos de nosso público, ouvindo e relatando as notícias locais”, destaca Fernando Gusmão, presidente da Diretoria Executiva do Grupo Sinos.

Avanço tecnológico

Paulo Consensa, 69 anos, mora em Canoas e trabalhou no setor comercial do DC nos primeiros anos do jornal. Ele recorda que havia na cidade uma carência justamente de jornalismo hiperlocal, que falasse das coisas da cidade para a cidade.

Consensa conta que no início as fotos usadas em reportagens e anúncios eram feitas em câmeras analógicas e que os materiais eram transferidos em disquete para a sede do Grupo Sinos, em Novo Hamburgo, onde fica a gráfica. “Os tempos mudaram e a tecnologia avançou, mas a leitura segue a mesma. O DC é um jornal conceituado e que faz parte da vida da cidade”, diz Consensa, que hoje lê o DC pela Internet.

A jornalista Iara Gonçalves trabalhou na redação do DC por 19 anos e destaca justamente o viés comunitário do jornal. “Sempre ouvimos do público e das fontes o reconhecimento de que o Diário é um elo da cidade graças ao trabalho que sempre fez e segue fazendo, que é ouvir a comunidade e dar voz à comunidade. Esta sempre foi uma filosofia do jornal e as pessoas sempre valorizaram muito”, destaca, lembrando dos projetos realizados ao longo dos anos pelo DC.

O primeiro veículo do Grupo Sinos fora do Vale

Com sede em Canoas e cobertura também de Nova Santa Rita, o DC foi o primeiro jornal do Grupo fora do Vale do Sinos. Os jornais VS e NH já tinham três décadas de tradição quando os irmãos Mario Alberto Gusmão e Paulo Sérgio Gusmão (falecido em 1997) ampliaram os negócios para a cidade, mas sem perder o viés local e comunitário do Grupo Sinos. Desde então, além de noticiar a empresa se engajou em campanhas em prol da mobilidade, da educação e do desenvolvimento da região, entre outras

Sempre tem DC na banca do seu Mauro

Trabalhando no Centro de Canoas há 40 anos, o proprietário da Banca Calçadão, Mauro Lemes de Sousa, 62 anos, passou pelas transformações do mercado de comunicação, com a popularidade dos jornais impressos e o avanço da Internet, que levou as notícias para a palma da mão das pessoas.

Ainda assim, ele garante que a procura pelo jornal impresso segue em alta. “Não é a mesma coisa de 40 anos atrás, porém as pessoas continuam apegadas ao jornal, principalmente cedo da manhã. Faz parte da rotina.”

No período em que está no Calçadão, Sousa é acompanhado há três décadas pelo Diário de Canoas. Atualmente a banca dele vende o DC com exclusividade na região central da cidade. “Até o final do dia vendemos todos os jornais que recebemos. É raro o dia em que sobra algum exemplar”, comemora.

O comerciante reitera que o DC faz parte da vida do canoense, que busca o veículo para ficar atento aos movimentos do município e de Nova Santa Rita. “O Diário está desde 1992 falando sobre o cotidiano da comunidade e é isso que o torna procurado mesmo em tempos de Internet.”

Jornal ABC

Outro produto do Grupo Sinos muito procurado na Banca Calçadão é o ABC, jornal de fim de semana que circula de Canoas a Gramado e Canela. “Assim como o Diário de Canoas, o ABC esgota rápido nos fins de semana, quando as pessoas buscam matérias especiais e com a mesma qualidade já conhecida no Diário de Canoas”, diz Sousa. Ele comenta que, além de buscar notícias no jornal, os clientes já ficam para comentar os assuntos do dia.

DC com exclusividade

Em 1994 o sequestro do garoto Marcelo Alifanti fez com que as pessoas acompanhassem atentamente as páginas do DC, recorda Mauro Sousa. Um dos materiais exclusivos estampava: “O sequestro de Marcelo: policiais vasculham as ilhas próximas buscando cativeiro.” O jornal tratou ainda sobre a cronologia do crime, contando o passo a passo da Polícia Civil em busca do garoto. O caso segue um mistério e o jovem nunca foi encontrado.

Tradição: A força de um jornal diário

As matérias exclusivas e especiais do Diário de Canoas e do Jornal ABC seguem sendo o atrativo principal para quem procura por algo a mais, afirma o proprietário da Banca Calçadão. “Não podemos deixar de vender e valorizar aquilo que é da nossa região.” Apesar da força e agilidade do site e redes sociais, o Diário se mantém relevante na vida de canoenses e novasantaritenses. “O papel é tradicional”, brinca o comerciante.