Os meios de comunicação mais poderosos economicamente têm a capacidade de investir quantias significativas de dinheiro em tecnologia que ajuda a aumentar as assinaturas, inclusive usando Inteligência Artificial e padrões comportamentais, além de contratar equipes especializadas para realizar esse trabalho.
Mas nem todas as mídias têm força econômica para ter tecnologia de ponta e equipamentos próprios de aquisição de assinantes ou empresas de consultoria para mídia especializada em estratégias de assinatura, ressalta o site Laboratorio de Periodismo.
Para essas mídias mais modestas, a Digital Context Next recentemente lembrou cinco chaves básicas que devem ser levadas em consideração para atrair e reter assinantes, sem a necessidade de grandes gastos financeiros em tecnologia ou pessoal extremamente qualificado.
1 – A melhor notícia, por trás do paywall
Até recentemente, alguns meios de comunicação sustentavam que as melhores histórias deveriam sair do paywall porque essas são as histórias com maior probabilidade de atrair novos usuários (e ajudar a aumentar as visualizações de página e, portanto, anunciar euros ou dólares). Os muros de pagamento medidos contribuíram para isso, não fechando o conteúdo até que vários artigos por mês fossem lidos, para que todas as pessoas que chegassem sem ter consumido aquela cota lessem essa informação gratuitamente.
Recentemente, no entanto, tem se mostrado mais lucrativo que essas notícias estejam por trás do paywall desde o início. Por exemplo, o Business Insider vem colocando seus maiores furos atrás de uma parede e aumentando significativamente sua base de assinantes no processo. Paredes freemium ou premium estão se movendo mais rápido, especialmente na Europa. Os usuários estão dispostos a pagar pelo tipo de conteúdo diferenciado que não podem obter gratuitamente em nenhum outro lugar.
2 – Sinta-se parte de uma comunidade
Como sabem as grandes plataformas sociais, é preciso criar uma comunidade para seguir em frente. Nada atrai mais os usuários do que sentir-se parte de uma comunidade dentro de um jornal e poder interagir. Dados da rede OpenWeb de mais de 1.000 publishers em todo o mundo mostram que quem participa da conversa visualiza 4,5 vezes mais páginas. Eles também passam 3,6 vezes mais tempo no site e geram 3,2 vezes mais receita do que usuários não engajados.
3 – Benefícios adicionais por ser assinante: conteúdo não é tudo
Nos últimos anos, mais atenção tem sido dada à chamada “proposição de assinatura completa”, ou seja, tudo o que um meio oferece além de seu conteúdo. Eles podem ser qualquer coisa, desde jogos de quebra-cabeça (como Wordle do New York Times) até podcasts, boletins, comunidades do Discord, aulas de culinária etc., apenas para assinantes. Esses serviços adicionais podem percorrer um longo caminho para alcançar a sensação de que o que você recebe excede em muito o preço da assinatura.
4 – Evite assinantes dormindo
Segundo dados da Piano, 40% dos assinantes são “dorminhocos”, ou seja, pessoas que não aproveitam o meio apesar de serem assinantes. Uma grande porcentagem dessas pessoas cancela no momento em que “acorda”. A solução? Antes de tudo, evite que eles adormeçam, por meio de conteúdo interativo. Coisas como salas de consultoria especializadas, blogs ao vivo e perguntas e respostas são fáceis de configurar e ótimas para retenção: forçam os usuários a visitar seu site em horários específicos e criam o hábito de verificar seu conteúdo regularmente.
5 – Chamada de jornalistas conhecidos
Certos jornalistas são muito populares nas cidades em que a mídia está sediada, ou nos nichos para os quais se dirigem, e todo o possível deve ser feito para aproveitar esse poder. Ou seja, que esses jornalistas façam chamadas para assinatura, embora nem todos concordem com essa estratégia. Os boletins do The New York Times fazem um excelente trabalho nisso. No entanto, cada canal tem seu próprio potencial ou estrelas reais, e cultivar essa estratégia pode ajudar muito a aumentar a fidelidade do leitor.
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