A Associação Nacional de Jornais (ANJ) se juntou a entidades internacionais e latino-americanas em apoio à imprensa da Colômbia. Na semana passada, a Associação Colombiana de Meios de Comunicação (AMI) — organização que reúne a maior parte das organizações de notícias há mais de 60 anos — emitiu uma declaração alertando para “níveis alarmantes de deterioração” das liberdades de imprensa e de expressão.
No comunicado, a AMI convocou os colombianos para exigirem e defenderem os seus direitos fundamentais e reiterou o importante papel que o jornalismo desempenha em manter os cidadãos informados. Também condenou “repetidas e cada vez mais agressivas declarações e ações que visam restringir a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão e o direito à informação, e consequentemente limitar a democracia na Colômbia”.
“Não deveria haver mais espaço para intimidações e perseguições à imprensa na América Latina, mas infelizmente esta realidade colombiana ainda é frequente no continente. Entidades e sociedades da América Latina precisam estar permanentemente atentas na defesa de uma liberdade básica das democracias”, diz o presidente-executivo da ANJ, Marcelo Rech.
Além da entidade brasileira, o alerta da associação colombiana ganhou o respaldo de importantes entidades internacionais de defesa ao jornalismo. Entre elas estão a World Association of News Publishers (WAN-IFRA), a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), a News Media Europe (NME) e a News Media Canada (NMC).
A AMI pediu à população da Colômbia para que exija e defenda os seus direitos à liberdade de expressão, ao direito à informação e à liberdade de imprensa, e para que escolha livremente o consumo de informação e jornalismo de acordo com a sua preferência, sem paixões nem pressões, guiada por critérios de interesse intelectual e curiosidade para formar o seu próprio julgamento e tomar decisões sensatas e respeitosas com base em múltiplas fontes de informação, como premissas fundamentais para a construção da sociedade, do país, da democracia e da paz.
Leia aqui o texto completo da declaração:
O exercício do jornalismo e o trabalho da mídia têm sido alvo de repetidas e cada vez mais agressivas declarações e ações que visam cercear a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão e o direito à informação e, consequentemente, limitar a democracia, em um momento em que os indicadores de liberdade de imprensa, violência contra jornalistas e desrespeito às normas internacionais de imprensa e liberdade de expressão estão atingindo níveis alarmantes de deterioração na Colômbia.
Soma-se a isso a criação de um ambiente que favorece debates de controle político sobre o trabalho jornalístico, que não são juridicamente viáveis, para introduzir a conveniência de regulamentações que institucionalizam a censura em nosso país. Portanto,
A Associação Colombiana de Meios de Comunicação (AMI) convida os colombianos a:
- Exigir e defender seus direitos à liberdade de expressão, ao direito à informação e à liberdade de imprensa.
- Rejeitar qualquer forma de intimidação, assédio e estigmatização da imprensa e do trabalho jornalístico pluralista e livre, bem como todas as formas de censura, intimidação, violência e estigmatização daqueles que exercem o jornalismo e expressam opiniões.
- Distanciar-se de incitações ao ódio, ao desprezo e à demonização do trabalho jornalístico que questiona, investiga, denuncia e expressa opiniões.
- Escolher livremente o consumo de informação e jornalismo de acordo com sua preferência, sem paixões ou pressões, guiado por critérios de interesse intelectual e curiosidade para formar seu próprio julgamento e tomar decisões sensatas e respeitosas, com base em múltiplas fontes de informação, como premissas fundamentais para a construção da sociedade, da nação, da democracia e da paz.
Que suas ideias sejam baseadas na verdade e que a independência possa perdurar.
Leia mais:
https://www.sipiapa.org/notas/1216700-sip-respalda-pronunciamiento-la-ami-colombia