O futuro da mídia de notícias é digital, mas isso não significa que a impressão esteja acabada. Em webinar exclusivo para membros da The International News Media Association (INMA), Tim Robinson, editor-gerente da JPIMedia no Reino Unido, compartilhou muitos motivos pelos quais a impressão ainda é forte, bem como táticas para se adaptar ao público, permanecer relevante e o poder das parcerias.

Shelley Seale, da INMA, organizou algumas das ideias de Robinson. Confira:

1) O futuro é digital, mas a impressão não morreu
Ainda há motivos para otimismo em relação à impressão, principalmente no mundo pós-pandêmico: “Os últimos dois anos mudaram significativamente o comportamento de leitura e os hábitos de nossos leitores, e isso nos deu algumas oportunidades sobre os quais gostaria de falar e como estamos respondendo a eles”.

2) Hábitos de leitura
Os leitores já não encontram tempo de leitura durante a semana, mas sim nos finais de semana, quando eles têm mais tempo de lazer. “Além disso, há muitas informações locais baseadas em coisas para fazer, lugares para ir, coisas para ler, entretenimento, etc.”

3) Uma abordagem diferente para esportes
As necessidades e os interesses dos leitores mudaram, e a forma como os esportes são cobertos também deve mudar. Ver a cobertura esportiva como uma atividade de participação, em vez de uma atividade de espectador, é fundamental. Há menos foco em grandes jogos profissionais e mais cobertura de eventos de participação em massa. A interação do leitor por meio de comentários e opiniões dos fãs também é um aspecto importante. “A ideia é que o esporte é uma atividade de lazer que as pessoas realmente saem e fazem, em vez de assistir”. Quando se trata de cobrir esportes profissionais e grandes jogos, o foco é mais na análise e nas histórias de fundo dos jogadores.

4) Conteúdo exclusivo e jornalismo confiável
“Estamos conscientes, mais do que nunca, de que nossa marca e confiança para fornecer informações locais, engajadas e relevantes são muito mais importantes agora do que nunca”. Os títulos locais devem destacar as coisas positivas que acontecem em suas comunidades de uma forma acessível, ao contrário da mídia social, que muitas vezes reflete o pior lado das opiniões e da apresentação do conteúdo. Além disso, é preciso lutar pelas causas locais.

5) Trabalhar em casa mudou os interesses das pessoas
Agora, as pessoas passam mais tempo sem se deslocar, enquanto as fronteiras dos mundos físicos das pessoas estão diminuindo. As pessoas estão mais conectadas com o local onde vivem e com seu senso de lar e comunidade. Ao mesmo tempo, mais conectadas de formas reais a outras pessoas e lugares, por meio de interação virtual.

6) Mudando a linguagem visual
É importante que os editores de mídia de notícias adaptem a forma como expressam as informações e o conteúdo que veiculam. Os títulos impressos precisam dar ênfase muito maior à narrativa visual , com mais fotografias, ilustrações, gráficos e outros elementos visuais do que nunca. A impressão tradicional agora está ligada a novos tipos de conteúdo, bem como a novos tipos de narrativas.

7) Parcerias inovadoras
A vanguarda das novas habilidades do jornalismo é também estabelecer parcerias que não deixam a cobertura local isolada. Contar com informações e experiências globais também é importante.

8) Acessando jovens leitores
Alcançar a próxima geração é outra maneira pela qual a impressão pode permanecer relevante, disse Robinson. No JPI, eles fizeram parceria com o First News, um jornal para crianças distribuído em escolas em todo o Reino Unido. Isso introduz às crianças não apenas o hábito de ler, mas também o de ler um jornal impresso.

9) Usando dados a seu favor
A JPI trabalha com uma empresa, a Radar, para gerar conteúdo automatizado em seu portfólio, tanto impresso quanto online. “Tudo isso é especificamente em torno de áreas de interesse para nossos leitores. Então, é crime, é saúde, é transporte ”, disse Robinson. “São conjuntos de dados divulgados publicamente e se transformaram em histórias interessantes e reconhecíveis. Para nós, o prêmio não é que eles nos forneçam uma história. Eles estão nos fornecendo várias versões da mesma história”.

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