O ESTADO DE S.PAULO – 25/10/2018

Rafael Moraes Moura

A defesa do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, pediu ontem o arquivamento da ação aberta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar as suspeitas de que empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens no WhatsApp contra o PT e a campanha de Fernando Haddad.

A apuração foi aberta pelo ministro Jorge Mussi, corregedorgeral da Justiça Eleitoral, a pedido do PT, com base em matéria do jornal Folha de S.Paulo.

Para a campanha de Bolsonaro, as alegações são “vazias”, “sem fundamento” e “sem qualquer prova que pelo menos evidencie a conduta ilegal” atribuída ao capitão reformado e a seu vice, Hamilton Mourão (PRTB).

Ao abrir a ação, Mussi rejeitou o pedido do PT para que fossem realizadas ações de busca e apreensão de documentos na sede da empresa Havan – citada na reportagem como responsável por comprar o serviço de disparo em massa de mensagens contra a campanha petista – e na casa de seu dono, Luciano Hang. Mussi também negou determinar que o WhatsApp aja para suspender o “disparo em massa de mensagens ofensivas ao candidato Fernando Haddad e aos partidos da coligação”.

Os advogados de Bolsonaro também argumentam que a Justiça Eleitoral não tem competência para investigar empresas e pessoas físicas. Para a defesa do candidato do PSL, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral “movida pela campanha petista, que se encontra em posição muito inferior nas pesquisas eleitorais, não se baseia em nada”.

Segundo os advogados, a coligação do candidato petista busca criar “fato político inverídico e “celeuma midiática”.

A manifestação da defesa de Bolsonaro ainda destaca pesquisa Ibope/Estado/TV Globo que informou que 73% dos entrevistados disseram não ter recebido críticas ou ataques a candidatos via WhatsApp na semana que antecedeu o primeiro turno.