O presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Marcelo Rech, analisa a deterioração da relação entre o Estado e a imprensa em seu país, no novo episódio do podcast “Jornalismo em Risco ” da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol).

“Jornalismo em Risco” é um podcast da SIP produzido pela Organização Editorial Mexicana (OEM). É coordenado por Martha Ramos, diretora de OEM e presidente da Comissão de Internet da SIP.

Em conversa com o jornalista Alejandro Jiménez, da OEM, Rech, também vice-presidente do Fórum Mundial de Editores, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro incentiva seus seguidores a atacar e agredir jornalistas tanto fisicamente quanto por meio das redes sociais. Ele esclareceu que ataques sistemáticos contra a imprensa, a mídia e o jornalismo independente ocorreram “tanto em governos de esquerda quanto em governos de direita”.

Essa deterioração, explicou Rech, se refletiu no Índice Chapultepec da SIP, na versão 2021 do qual o Brasil aparece, com alto nível de restrição à liberdade de expressão e de imprensa, em 19º lugar em uma lista de 22 países.

Para além desta situação, disse que, embora a imprensa no seu país seja muito competitiva, há unidade nas situações de agressão à liberdade de imprensa e de jornalistas, e deu como exemplo o caso dos homicídios do jornalista Dom Phillips e de especialista indígena Bruno Pereira.

Rech também se referiu aos chamados desertos noticiosos no Brasil, onde “há um desaparecimento do jornalismo profissional”.

Ouça aqui a entrevista