O jornalismo centrado em comunidades não é um jornalismo para a comunidade, mas sim um jornalismo com a comunidade. Essa é a síntese da apresentação do jornalista Sérgio Lüdtke na segunda sessão exclusiva do programa “Acelerando Negócios Digitais” para profissionais de organizações associadas à Associação Nacional de Jornais (ANJ) e à Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), realizada nesta quarta-feira (14). “Muitas vezes a gente comete o erro de não sair do pedestal. O que proponho é explorar novos modelos de produção que estejam mais conectados com as nossas audiências”, disse.
Segundo o jornalista, o jornalismo centrado em comunidades amplia a percepção de diversidade e inclusão, leva o contexto das comunidades para o conteúdo e exige mudanças de perspectiva, o que resultará muito provavelmente em contrariar antigas narrativas, mas também em novos formatos de monetização. “O jornalismo centrado em comunidades é também um jornalismo aberto e de soluções, um jornalismo que se estabelece mais como serviço do que como produto”, disse.
Para o Lüdtke, o jornalismo centrado em comunidades amplia a percepção de diversidade e inclusão, leva o contexto das comunidades para o conteúdo, conecta os públicos de interesse (stakeholders) e constrói um sentimento de lealdade e pertencimento. Isso resulta em maior engajamento da audiência/comunidade
Veja abaixo um resumo das dicas do jornalista para construir relacionamento com as comunidades:
• Crie uma cultura interna de colaboração.
• Conheça seu público: Identifique os perfis de público que formam a comunidade com a qual você quer interagir. Entenda seu contexto, o que pensam, como vivem, quais são seus desafios e necessidades, o que os satisfaz.
• Crie personas. Use as redes sociais para encontrar e monitorar atores-chave para a comunidade. Use a escuta social para descobrir os temas mais urgentes e relevantes para sua comunidade.
• Ouça.
• Facilite a comunicação das pessoas com você.
• Faça perguntas de acompanhamento, use a repetição para mostrar que está ouvindo e continue respondendo.
• Adapte seu estilo de entrevista para pessoas diferentes.
• Não direcione demasiadamente a conversa.
• Crie confiança.
• Torne-se uma presença confiável em sua comunidade.
• Ofereça às pessoas opções para contactar com você facilmente.
• Deixe claro para elas a importância do conhecimento e história únicos que elas têm.
• Seja transparente nas suas ações.
• Entenda que determinadas comunidades precisam de um espaço confiável e seguro para interagir.
• Aproveite o trabalho que outras organizações comunitárias já estão fazendo em vez de começar do zero.
• Conecte-se com pessoas que são diretamente afetadas pelo problema que você está relatando e faça um esforço extra para representar a diversidade das partes interessadas.
• Seja responsável.
• Reconheça erros e, se puder, mantenha contato com as pessoas que conhecer por meio de suas reportagens.
• Seja presente.
• Seja você mesmo.
• Não crie falsas expectativas.
• Defina as regras de participação.
Você trabalha em algum dos associados à ANJ, não viu o webinário, mas quer assistir? Peça o arquivo pelo email anj@anj.org.br. Não é associado, mas tem interesse? Então acesse este link.
O “Acelerando Negócios Digitais” é realizado pelo International Center for Journalists (ICFJ), com apoio da Meta e em parceria com a ANJ, Aner e outras associações ligadas ao jornalismo.