Comemorado na terça-feira (7), o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa é neste ano tema de uma ação do consórcio de veículos da imprensa profissional formado por O Globo, TV Globo, GloboNews, G1, Extra, Valor, Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, UOL, CBN e Rádio Eldorado. A campanha lançada nesta semana destaca a importância do acesso à informação de qualidade pela sociedade e de defender a integridade dos jornalistas profissionais que sofrem, cada vez mais, com ataques e ameaças no exercício da profissão.

Todos os jornais impressos e sites do consórcio publicaram, na terça-feira, um anúncio de página inteira e uma tarja preta no alto de suas capas, com o texto “Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Uma campanha em defesa do jornalismo profissional”. No anúncio, a página está em branco, e um texto localizado na parte de baixo explica: “Apoie o jornalismo para que páginas em branco, como essa, não aconteçam. O jornalismo precisa ser livre. Livre para informar, investigar e mostrar tudo o que acontece para que você forme a sua opinião. Quem defende o jornalismo defende a liberdade e fortalece a democracia”.

Na televisão, o Jornal Nacional, programa jornalístico de maior audiência na TV brasileira, promoveu uma ação específica em sua edição. A GloboNews exibiu durante o dia a frase ‘Dia Nacional da Liberdade de Imprensa’ escrita no alto da tela, com os apresentadores reforçando a importância da data. A campanha inclui ainda spots nas rádios CBN e Eldorado e ativações nas redes sociais dos veículos que integram o consórcio.

“No Brasil e em sociedades altamente polarizadas, o grande desafio é mostrar que a liberdade de imprensa é, antes de tudo, a liberdade de a sociedade tomar conhecimento do que fazem e como agem governos, poderes, organizações, pessoas públicas, partidos e assim por diante. O papel da imprensa não é agradar a todos, mas muitas vezes denunciar, investigar e, sobretudo, conferir a veracidade do que se divulga nas redes sociais”, observou o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, ao jornal O Estado de S.Paulo.

A escolha de 7 de junho para marcar a Liberdade de Imprensa no país remonta ao período da ditadura militar, destacou o jornal O Globo. Em 1977, foi nesta data que um grupo de cerca de três mil jornalistas assinou um manifesto pedindo o fim da censura e a garantia da liberdade de imprensa no Brasil. A carta foi divulgada um ano e meio após a morte do diretor da TV Cultura, Vladimir Herzog, torturado e assassinado por agentes militares.

Quase 50 anos depois de seu início, a data ainda simboliza a luta pela democracia, principalmente em um período de constante ataque à liberdade de imprensa. Liberdade essa que permite aos jornalistas investigar e informar sobre o que acontece nas sombras, para que a sociedade, bem informada, exerça o seu direito à cidadania.