Estudo da empresa Smartocto revela que nos últimos três anos houve uma redução no número de artigos que os usuários leem e no tempo de atenção, entre outras métricas, tanto em computadores desktop quanto em dispositivos móveis dispositivos.

“O tempo de atenção, medido em segundos, mostra uma clara diminuição ao longo do período de tempo estudado. Os resultados mobile são melhores que os desktops, mas ambos apresentam uma tendência de queda”, diz o relatório, segundo informação do Laboratorio de Periodismo.

O mesmo vale para a profundidade de leitura (métrica combinada do Insights, que leva em consideração várias métricas para mostrar o envolvimento de um leitor com uma história). A evolução também não é positiva.

O que explica a queda?

O declínio em várias métricas de engajamento ao longo deste período de três anos (e o aumento na profundidade da página) “pode ​​indicar um aumento da fadiga das notícias (particularmente à luz do ciclo interminável de notícias relacionadas ao Covid)”, destaca o estudo.

“Leitores”, diz o relatório, “parecem difíceis de atrair, ariscos e propensos a alternar entre artigos e provavelmente também entre sites. Em outras palavras, eles podem estar procurando informações importantes, mas mostram pouca lealdade a qualquer meio de comunicação em particular.”

No entanto, as pessoas não estão gastando menos tempo em seus dispositivos móveis ou computadores, então há uma perda de atenção aos artigos.

Smartocto aponta algumas razões a este respeito:

– O período analisado coincide em grande parte com o da pandemia de COVID. “É bem possível que as pessoas tenham desenvolvido um caso sério de fadiga de notícias por causa disso. Isso se reflete nos números que vimos aqui: o declínio geral na atenção e no tempo de leitura despenca mais no final de 2020 a 2021 do que antes entre 2018 e 2019, por exemplo.”

– Outra causa é que não há uma estratégia específica para dispositivos móveis em muitos jornais. “Também sabemos pelo tempo que passamos com os clientes”, diz o relatório, “que muitas redações não têm uma estratégia específica para dispositivos móveis. Em muitos casos (e estamos falando de nossa base de clientes em todo o mundo), os mesmos itens aparecem em uma plataforma e em outra. Tudo isso levanta a questão: você vê ‘queda livre’ em ambas as plataformas porque obtém o mesmo conteúdo em cada uma delas?

A análise fornece algumas diretrizes e conselhos para melhorar essas métricas:

Diretrizes

1 – Certifique-se de ter as possibilidades técnicas de publicar conteúdo diferente em seu ecossistema (ou seja, desktop e celular).

2 – Crie formatos que ajudem a atender melhor esses diferentes públicos nessas plataformas.

3 – Colete os dados certos para entender o que seu público gosta e não gosta.

4 – Otimize sua estratégia de conteúdo com base nesses insights.

Conselho

A beleza do positivo

Smartocto lembra que, em alguns tópicos, “vale a pena postar notícias positivas ao lado do fluxo contínuo de notícias regulares e mais negativas. Para alguns veículos, vimos evidências de que escrever artigos positivos funciona para impulsionar o engajamento.”

O poder dos bons formatos

“As pessoas geralmente não gostam de surpresas, e para consumo de mídia isso é ainda mais o caso. Grandes formatos são como letreiros: ajudam o público a entender melhor o que esperar. E, se o seu conteúdo for envolvente, a fidelidade do público aumentará, porque eles gostam da forma como o programa (ou sua estratégia de distribuição) tem um padrão definido.”

Converse com seu público

Muitas redações confiam em sua intuição. “Muitas vezes”, diz o relatório, “isso é uma coisa boa. O jornalismo é uma profissão criativa e trazer notícias é algo que às vezes você precisa ‘sentir’. Mas não vamos superestimar esse poder, e não vamos nos deixar ser completamente ditados por ele.  Em muitos casos, as respostas mais profundas estão nos dados, e fazer as perguntas certas sobre esses dados fornecerá as informações que você precisa para entender melhor seu público e seus desejos.”

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