Com base em entrevistas de uma amostra estratégica de 11 publishers em oito países de baixa e média renda (Colômbia, México, África do Sul, Indonésia, Malásia, Peru, Índia e Nigéria), novo relatório do Instituto Reuters analisa como vários editores do Sul Global abordam as plataformas digitais: grandes empresas de plataforma, como Google e Meta; os que crescem rapidamente, incluindo o TikTok; e menores, como Twitter e Telegram.
O estudo destaca os principais aspectos compartilhados que podem servir de inspiração para jornalistas e meios de comunicação em outros lugares.
Como os entrevistados veem as empresas de plataforma:
– partes integrantes e inescapáveis do ambiente de mídia digital
– atores com fins lucrativos poderosos e auto-interessados
– amorfos, em constante mudança e opacos em suas operações
– na maioria dos casos, não está particularmente interessado em notícias (em comparação com outros conteúdos)
– menos engajados em mercados menores e/ou mais pobres longe de suas sedes corporativas.
Além do uso frequente de mecanismos de busca, mídias sociais e outras plataformas em relatórios, as principais maneiras pelas quais os editores digitais entrevistados usam plataformas incluem distribuição, marketing, monetização, operações de back-end, incluindo análises e engajamento do público e construção de comunidades.
As abordagens gerais que os editores adotam para as plataformas têm alguns pontos em comum que atravessam diferentes prioridades editoriais, modelos de financiamento e escolhas táticas em termos de quais plataformas são usadas:
– clareza sobre missão editorial, modelo de financiamento e público-alvo
– adaptabilidade a um ambiente em constante mudança e plataformas transitórias
– investimentos seletivos e diversos em plataformas para buscar as principais oportunidades de plataforma enquanto protege contra o risco da plataforma
– relações proativas para identificar contatos úteis dentro das empresas de plataforma
– acompanhamento constante do retorno editorial e financeiro do investimento nas plataformas.
Os autores Rasmus Kleis Nielsen e Federica Cherubini concluem que a maioria dos entrevistados vê as empresas de plataforma de maneira bastante realista. “Eles se engajam seletivamente com as plataformas de diferentes maneiras, dependendo de suas prioridades editoriais específicas e modelo de financiamento”, afirmam.