O ano que se encerra marcou uma grande guinada no que diz respeito ao tratamento da informação sobre a emergência climática. Organizações de notícias têm prestado mais atenção do que nos anos anteriores a fenômenos relacionados aos efeitos do aquecimento global. Muitos lançaram seções ou verticais expressamente dedicadas à crise de clima, sobretudo no último trimestre do ano, devido à celebração da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26).
Segundo o site Laboratorio de Periodismo, a revista The Economist lançou um podcast com foco no clima, uma campanha de branding e um evento de uma semana. Já o Financial Times e a Bloomberg removeram seus paywalls na cobertura da COP26, e o próprio jornal de negócios britânico já havia lançado a seção especializada antes disso. The Atlantic já havia lançado um boletim informativo dedicado ao jornalismo climático no final de 2020, enquanto ABC News e CNN formaram novas equipes em 2021 dedicadas exclusivamente a reportar sobre mudanças climáticas.
Um dos desafios dessa cobertura é a transversalidade das informações, uma vez que os efeitos da crise climática afetam outras questões do cotidiano das pessoas que precisam ter a atenção de toda a redação. “Este é o ano em que todos nos tornamos repórteres climáticos”, diz Andrew Freedman, chefe de informações sobre clima e energia da Axios.
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