Ética, transparência, segurança, cultura voltada ao digital, uso adequado da tecnologia e análise holística são algumas das principais peças na construção de uma empresa centrada em dados. “Usar informações com ética e princípios é realmente a base da abordagem de dados do Guardian. Olhamos para tudo por meio da ética –esse é o nosso jornalismo”, diz Sandra Moynihanm da Guardian News & Media na Austrália.

Para construir a confiança dos leitores, a publicidade e a segmentação também devem ser transparentes, afirma a chefe de produtos e plataformas da versão australiana do The Guardian. Por exemplo, anunciantes e outros parceiros não podem usar os dados dos leitores para criação de perfil ou segmentação sem acordo prévio. “Queremos sempre permitir que [nossos parceiros, clientes e anunciantes] saibam o que estamos fazendo com seus dados”, afirma Moynihan.

A executiva recomenda auditorias periódicas –Guardian Australia faz uma a cada seis meses– e a construção de um wiki interno e métodos de interpretação do painel de dados. Quando se trata de escolher um fornecedor terceirizado, a prioridade de Moynihan é escolher um cuja ética se alinhe com a do Guardian. “Temos que olhar para seus princípios, suas políticas, se são sustentáveis … queremos trabalhar com pessoas que acreditam no que nós acreditamos”.

Deb Goswami, chefe de dados e análises da Singapore Press Holdings (SPH), listou algumas estratégias que permitiram a organização efetivar a transformação em um negócio centrado nos dados. A primeira delas, que Goswami considera a mais importante, é a cultura: a equipe deve estar familiarizada e confortável com o uso de ferramentas de dados. Isso significa treinamento interno, integração de analistas de dados e cientistas em unidades de negócios e a criação de um ambiente de trabalho desprovido de ego e política.

Outra frente passa pelo correto uso da tecnológico. “Escolha uma tecnologia que esteja pronta para ser usada em sua organização”, diz Goswami, “não invista em ferramentas se você não tiver a capacidade de encontrar o resultado associado a ela”.

O executivo destaca ainda a necessária adoção de uma mentalidade iterativa. Os clientes mudam, as mentalidades mudam, o conteúdo evoca respostas diferentes –então, quando o editor implementa uma solução baseada em dados, tem de projetar como será possível revisitar isso.

Fonte: WAN-IFRA