O Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) começa a veicular, a partir desta sexta-feira (17), uma série de produções sobre a fome. Com o tema “O Brasil com fome”, o debate traz para a discussão os sociólogos José Arlindo Soares e Renato Carvalheira. Pandemia, desemprego, crise econômica: os motivos do aumento da miséria. Como governo, sociedade e associações civis podem resolver o problema serão algumas das questões abordadas durante o debate.

Em 2021, segundo o Jornal do Commercio, o Brasil voltou ao mapa da fome depois de ter saído desse cenário em 2014. Hoje 19,1 milhões de pessoas não têm o que comer, número bem maior que os 10,3 milhões de 2018. A pandemia da covid-19 acelerou o retorno do País ao mapa, mas o processo já vinha acontecendo antes, com o desmonte de várias políticas públicas.

Soares e Carvalheira são especialistas na obra do pernambucano Josué de Castro, o primeiro cientista a estudar o fenômeno da fome. Este ano, os livros Geografia da Fome e Geopolítica da Fome completam, respectivamente, 75 e 70 anos de sua publicação. A obra de Josué permanece atual mais de sete décadas após sua publicação. O estudioso costumava dizer que a fome não é um processo natural, mas um fenômeno produzido pelos homens.

“O debate de hoje que abre essa discussão sobre a fome, que afeta o País e muito fortemente o Nordeste e, consequentemente, Pernambuco, é um ponto de partida para que a sociedade, e sobretudo os governos, entendam que esta é uma chaga que já deveria ter sido abolida do nosso País. Nós, como sistema de comunicação que somos, temos o dever de denunciar e colocar luz sobre este problema tão grave, tão sério, tão urgente, e que afeta cada vez mais brasileiros”, afirma a diretora de jornalismo da Rádio e TV Jornal, Mônica Carvalho.

Depois do debate da Rádio Jornal, o Jornal do Commercio, o JC Online e a TV Jornal começam uma série de reportagens sobre a fome. A proposta é materializar o tema por meio de histórias de pessoas que vivem o drama da fome em Pernambuco. São mulheres e homens que viram sua situação piorar graças ao fim de políticas públicas, do aumento do desemprego, do baixo crescimento econômico, da inflação e de outros fatores econômicos que corroeram o poder de consumo das famílias.

“O tema da fome sob vários pontos de vista já foi abordado em várias plataformas do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. O que a gente está começando agora é um debate que se tornou urgente, necessário, diante das condições gerais da situação econômica e social do Brasil. Com esse debate hoje a gente abre uma discussão importante de olho em 2022. A fome é um tema que ganhará muito espaço no debate eleitoral de 2022, junto com outros temas, que nós vamos abordar daqui até o período de eleição”, destaca o diretor de Redação do JC, Laurindo Ferreira.

Ele aponta, ainda, a importância de fomentar o debate para ajudar a população a refletir e se decidir nas próximas eleições. “Estamos considerando a fome o abre-alas para chamar a atenção dos candidatos aos cargos eletivos. O tema é uma contribuição para um debate muito necessário. A partir da fome a gente abre um leque de debates sobre temas que são importantes para a eleição de 2020. Temas que interessam não só aos políticos, mas também à sociedade. No próximo ano a sociedade terá que tomar uma decisão importante e aqui a nossa intenção é ajudar nesse debate para que as pessoas reflitam”, complementa.

No JC, a produção começa no domingo (19) e segue até a quarta-feira (22). A primeira matéria vai contar um pouco da história de Josué de Castro, o homem-fome que tornou-se referência internacional nos estudos desse fenômeno.
Cidadão do mundo, Josué não teve no Brasil a mesma deferência internacional, sendo indicado até ao Nobel da Paz. Sua obra, no entanto, permanece viva e merece ser revisitada num momento em que o Brasil revive a mazela da fome.

Na TV Jornal, a série tem reportagem de Beatriz Albuquerque, com imagens de Guga Matos, Day Santos e Alex Oliveira. A produção é de Laís Reynaux, a edição de texto de Denis Cavalcanti, a edição de vídeo de Cristiane Gomes e a direção de jornalismo de Mônica Carvalho. A série poderá ser vista de segunda a quarta-feira (20 a 22), no programa TV Jornal Meio-Dia. Nesses dias, o JC e a TV estarão trabalhando os mesmos temas nas suas produções. No JC, a reportagem é de Adriana Guarda e as imagens de Guga Matos, Day Santos e Alex Oliveira. A edição de texto é de Raphael Guerra e a direção de jornalismo de Laurindo Ferreira.

A primeira reportagem vai explicar porque o Brasil voltou ao mapa da fome, apontar o impacto da pandemia e mostrar histórias de pessoas que estão vivendo o drama de não ter o que comer. No segundo dia vamos mostrar a grande parcela da população que vive em situação de insegurança alimentar. Não estão necessariamente passando fome, mas precisaram mudar os hábitos alimentares para conseguir alimentar a família. A terceira produção é sobre a importância das políticas públicas para tirar o Brasil do mapa da fome novamente, além de mostrar a importância das ONGs e da sociedade civil no combate imediato à fome. Na Rádio, as matérias serão veiculadas no programa Rádio Livre, das 14h às 16h.

Foto do topo: Guga Matos/JC Imagem