*Texto editado a partir de reportagem de Luan Galani

Há exatos 100 anos uma Gazeta do Povo, do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), que ainda engatinhava pedia licença para entrar nas casas e na vida dos paranaenses. Até parece que foi ontem, quando Curitiba tinha apenas 40 mil habitantes. No último domingo (3), o jornal chegou ao seu primeiro centenário. Mas não chega aos 100 anos decrépita, como as personagens mais velhas do mundo, que roubam nossa atenção nas redes sociais. Está em plena forma. Desafiando a si mesma a se renovar constantemente. O que tem lhe rendido bons resultados no Brasil inteiro.

Para os assinantes do impresso, uma edição especial foi feita exclusivamente para comemorar o centenário do jornal e homenagear no formato standard (que historicamente vigorou até 2015 no diário) o passado da Gazeta do Povo, responsável por trazer o jornal até a posição que desfruta hoje.

Em 1919, o advogado alagoano Oscar de Plácido e Silva e o advogado paraibano Benjamin Lins sentenciaram nas páginas que tinham acabado de criar (veja imagem abaixo) que a Gazeta do Povo iria defender “interesses gerais da sociedade”, “sem tender a melindres pessoais”, traçando um “inquérito tão rigoroso quanto possível dos fatos de nossa vida” e “expô-los com felicidade para que os cidadãos conheçam os conflitos em que se acham interessados, conheçam o desenrolar dos fatos, assenhorem-se das realidades boas ou más e possam, todos e cada um, escolher a sua diretriz”. O DNA da pauta continua o mesmo.

Em 1962, a Gazeta foi comprada por Francisco Cunha Pereira Filho e por Edmundo Lemanski. E iniciou-se mais uma nova era de inovações, de um jornal sempre dinâmico, defendendo os interesses da sociedade. Hoje, a empresa é comandada pelos irmãos Guilherme Döring Cunha Pereira, presidente executivo do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), e Ana Amélia Filizola, diretora da unidade jornais.

100% digital

Acompanhando o hábito das pessoas e a cultura dos novos tempos, a Gazeta adotou o modelo 100% digital em 2017. Mudou de sede – do casarão histórico da Praça Carlos Gomes para o Edifício Aroeira, no Tarumã – e implantou novas metas detalhadas de qualidade das reportagens, de audiência e de impacto sobre a vida das pessoas, de forma inovadora. Pela coragem de pular primeiro na ‘piscina’ onde
muitos veículos querem estar, o jornal já é considerado um case, nacional e internacionalmente.

Desde então tem investido pesadamente em tecnologia – R$ 20 milhões nos últimos quatro anos – e novas estratégias para entender o comportamento dos leitores. Algumas similares ao que o inglês The Financial Times emprega. Agora tem até um matemático no time.

Durante as eleições de 2018 tornou-se o jornal mais lido do Brasil e A Gazeta do Povo foi o jornal mais lido do Brasil no mês das eleições. De acordo com dados do comScore MyMetrix, o jornal registrou 33,7 milhões de visitantes únicos em outubro de 2018, o que representa um crescimento de 228% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O segundo lugar ficou para a Folha de S.Paulo, com 33,1 milhões. A diretora da unidade de jornais do GRPCom (Grupo Paranaense de Comunicação), Ana Amélia Filizola, afirma que a audiência líder não foi ao acaso. “Este é o ápice de toda uma trajetória muito bem definida. Os números revelam que quando
se trabalha de forma estruturada é possível chegar a lugares extraordinários”.

Desde que optou pelo formato prioritariamente digital, em junho de 2017, a Gazeta tem registrado aumento da audiência ao longo dos meses. No mês de estreia, foram 6,2 milhões de visitantes únicos. Em setembro de 2018, 16 milhões. Do total de leitores da Gazeta em outubro, 82% acessaram o jornal por dispositivos móveis.

Em 2019 a Gazeta do Povo tornou-se o único jornal brasileiro a oficialmente integrar o Cubo, novo hub de empreendedorismo de São Paulo, mantido pelo Itaú e pelo fundo Redpoint eVentures, que reúne mais de 65 startups.

*Colaboração de Osvalter Urbinati, Amanda Lüder e Laura Mingoti

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