O jornal A Gazeta, de Cuiabá (MT), completou nesta segunda-feira (23) 32 anos de circulação ininterrupta. Um veículo que soube renovar-se sem perder a essência, adequando-se às novas tecnologias e mantendo, sobretudo, a mesma credibilidade que o tornou, já em seu primeiro ano de circulação, o jornal mais lido de Mato Grosso. Cujo nascimento deu origem a um conglomerado que hoje figura como um dos maiores grupos de comunicação do Centro-Oeste e do país.
O vice-presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, Carlos Dorileo, conta que ao lembrar de tudo o que aconteceu desde o dia 23 de maio de 1990 é como se passasse um filme em sua cabeça. Daqueles que poderiam ser classificados como ficção. Por mais que se projetasse um crescimento naquela quarta-feira histórica, não havia como prever o que viria nos anos seguintes, confessa o executivo. O jornal surgia em um momento complicado do país, política e economicamente, reflexo de fatores como o Plano Collor.
Em uma ação arrojada, o jornal A Gazeta se lançou no mercado disposto a competir de igual para igual com diários e semanários que estavam consolidados havia décadas e tornar-se o principal veículo impresso do estado. Para isso, ele precisava sair já na frente em uma série de aspectos. “Foi a primeira redação 100% informatizada, tínhamos a rotativa mais moderna. Depois, quando veio o jornal colorido, nós fomos os primeiros a ter todas as páginas coloridas. Então sempre estivemos na vanguarda”, relembra, orgulhoso.
Desde então o pioneirismo e a modernidade estão impregnados em cada uma de suas páginas e, a despeito de todas as previsões relacionadas à mídia impressa, coabitam harmonicamente com a tradicionalidade. O mesmo jornal que chega às mãos dos assinantes em papel também viaja pela internet a todo o planeta. “Hoje ele é multiplataforma, com acesso em qualquer lugar do mundo em que a pessoa estiver”, frisa, acrescentando que desta forma são contempladas diferentes faixas de público. Ou seja, desde os leitores mais antigos, que não abrem mão de manuseá-lo, até os jovens, mais afeitos às mídias digitais.
Era importante ter equipamentos de ponta, mas era preciso ter bons profissionais, ressalta. “É um jornal que tem um corpo de funcionários e colaboradores que se orgulha de fazer parte dessa empresa. Por onde passaram e atuam grandes profissionais de nosso jornalismo. Alguns até já nos deixaram, não estão mais aqui. Grandes nomes que fizeram história, que fizeram a Gazeta ser o que é hoje”, reconhece. A liderança e a credibilidade alcançada são reflexos disso, analisa Carlos Dorileo. “O Ibope sempre muito alto ao longo desses 32 anos é uma resposta a tudo o que é apresentado para os leitores”, frisa.
Desde o início a ideia era criar um grupo de comunicação e isso foi sendo consolidado mais tarde com rádios, a televisão, gráfica, o portal Gazeta Digital. “Enfim, cresceu bastante, o que nos deixa muito felizes. E só aumenta ainda mais a nossa responsabilidade. O jornal está dentro do guarda-chuva do maior grupo de comunicação do estado, o que mais emprega funcionários, que mais tem campo de trabalho nessa área de comunicação”, avalia. Quer dizer também que, se forem somados todos os veículos é o que mais produz conteúdo local. “Nenhuma outra empresa tem esse volume de produção local como o Grupo Gazeta de Comunicação. Então, se torna uma força, uma voz muito importante para Mato Grosso. Os principais fatos do nosso estado passam pelo Grupo Gazeta. Repito, com isso a nossa responsabilidade só cresce”.
Informação com responsabilidade
O leitor reconhece esse cuidado e torna o jornal uma espécie de farol em tempos nebulosos. “Um fato muito importante com esse fenômeno das fake news é que a mídia tradicional e, principalmente, o jornal é aonde as pessoas vão para checar as informações”, enfatiza, lembrando da importância da responsabilidade com o que é veiculado. “Quando você pega um jornal que tem sede própria, um expediente, nomes do editor, do repórter, diretor responsável, que tem responsabilidade civil e criminal por tudo o que está ali, isso ganha muita força”, frisa.
O assunto é tão sério que hoje há um entendimento no mercado de que é preciso levar em conta um novo aspecto. Segundo Carlos Dorileo, em uma reunião recente com grandes anunciantes e agências de propaganda, em São Paulo, ficou clara a preferência por jornais que têm credibilidade, com redações tradicionais. Nota-se que há uma preocupação de que as grandes marcas não sejam veiculadas junto com uma notícia falsa. “Isso foi debatido amplamente com os grandes anunciantes”, observa.
Preocupação com a comunidade
O vice-presidente ressalta ainda que, mesmo diante de tantas mudanças, o jornal A Gazeta sempre foi um defensor intransigente de Mato Grosso e da coletividade. Ele cita exemplos recentes como a tentativa de instalar hidrelétricas no Rio Cuiabá e a de acabar com o Parque Ricardo Franco, que ganharam manchetes incisivas e repercutiram bastante nos âmbitos do Legislativo e do Executivo. “Assim como muitos outros fatos ao longo desses 32 anos foram influenciados por essa cobertura”, assinala.
A preocupação com a comunidade se traduz também em projetos como o Viva o Seu Bairro, que nasceu ainda nos primeiros anos de circulação. Bem como a atenção à arte e à cultura regionais, que sempre tiveram lugar de destaque em suas páginas ou foram apoiados seja pelo jornal ou pelo Grupo Gazeta, exemplifica. Ao se colocar à disposição da população para que usasse suas páginas como tribuna para denúncias, popularizou bordões como “Chame a Gazeta”.
Por fim, Carlos Dorileo destaca a preocupação constante com revitalização da marca. “Não fica envelhecida, ela vem acompanhando esse processo de evolução. Sempre trazendo mudanças visuais e de conteúdo. Isso não é feito aleatoriamente, há todo um estudo da equipe de arte, do editor”, garante. “Quando participamos de eventos, encontros, é um jornal sempre muito elogiado. Ele está na vanguarda dos grandes jornais do país”, finaliza.