O diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, repudiou uma decisão judicial tomada no Amazonas que obrigou o jornal O Globo a apagar textos e proibiu o diário de publicar qualquer outro material que cite o nome ou traga fotos relativas à rede de saúde privada que acolheu e patrocinou um ensaio clínico com uma substância chamada proxalutamida para o tratamento da Covid-19. O remédio é um bloqueador hormonal sintético desenvolvido na China, que vinha sendo testado contra o câncer de próstata. Nunca foi usado em escala comercial e ainda não tem eficácia comprovada contra nenhuma doença.
“A decisão da Justiça do Amazonas é mais um lamentável caso de censura, em completo desacordo com o que determina a Constituição. A ANJ condena com veemência esta e outras seguidas decisões de censura à imprensa por parte do Poder Judiciário, a quem cabe exatamente zelar pelo cumprimento das leis. O que se espera é que o próprio Judiciário, em outra instância, reestabeleça a livre atividade jornalística. A censura ao Globo violenta o direito dos cidadãos de terem acesso a informações de seu interesse”, disse Pedreira.