Estudo da associação alemã de editores (BDZV, em alemão) indica que a personalização será o impulsionador do conteúdo pago em 2022, como já funciona no entretenimento e no varejo. Os editores estão criando algoritmos para ofertas personalizadas, com ênfase nas recomendações de artigos e boletins informativos.
De acordo com o Laboratorio de Periodismo, Christoph Mayer, sócio da consultoria de gestão Schickler, que esteve envolvido na pesquisa, explica: “Este é um momento muito dinâmico e emocionante para as empresas jornalísticas. Estamos à beira do ponto de inflexão do crescimento de assinantes novamente. Em alguns anos, o digital será o principal impulsionador da receita e do resultado final. A personalização da oferta digital é o próximo nível; editores estão abrindo novos caminhos aqui.”
Quando se trata de personalização, ressalta Mayer, ela existe há muito tempo em outros setores. “Mas não estamos falando de tênis, estamos falando de conteúdo jornalístico, e é muito mais desafiador em termos de customização.” Tudo isso requer novas habilidades: “Onde o domínio da impressão já foi uma competência essencial, hoje a necessidade de acertar está mudando para o domínio dos dados e da análise de dados”, diz ele.
Segundo a pesquisa, 88% dos editores veem a edição eletrônica do jornal como uma importante ponte para o conteúdo pago. A estrutura etária dos usuários do e-paper é, em média, 20 anos mais jovem do que a dos leitores da edição impressa. Os assinantes online são outros 20 anos mais jovens, com um número maior de leitores na faixa dos 30 e 40 anos. Novas ofertas, como podcasts, atingem um público-alvo ainda mais jovem.
Além da transformação e maior digitalização do setor, a proteção de dados também é destacada como importante na pesquisa: 84% dos editores classificam a proteção de dados como um tópico de alta relevância ou mesmo existencial. Outros 84% consideram que tudo relacionado à sustentabilidade será altamente relevante nos próximos anos.