O projeto “Acelerando a transformação digital com Aner e ANJ” foi tema de um webinário especial realizado na última quarta-feira (13). Dentro da programação do Café com Aner, o encontro reuniu publishers, jornalistas e executivos de todo o país interessados em saber mais sobre o projeto organizado pela Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), com a colaboração do International Center for Journalists (ICFJ) e apoio do Facebook Journalism Project.
A iniciativa fornece recursos e conhecimento para apoiar o ecossistema de mídia brasileiro de jornais e revistas, de forma que possam construir modelos de negócios inovadores e sustentáveis e aprimorar habilidades de gestão. É aberta à participação de todos os interessados, mas os associados da Aner e ANJ terão quatro sessões exclusivas, dedicadas aos tipos de veículos que operam (jornais e revistas).
Dentro do projeto, a partir de novembro, será realizada uma série de webinários patrocinados pelo Facebook e ministrados pelo ICFJ com o objetivo de transmitir conhecimento para a melhoria dos negócios dos jornais. Essas sessões virtuais tratarão de temas como crescimento e fidelização de audiência, monetização de audiência e novas formas de geração de receitas, entre outros. Elas se estenderão até o primeiro semestre do próximo ano.
Depois desse ciclo de difusão de conhecimento com vistas à melhoria do negócio, ainda no primeiro trimestre do próximo ano, os jornais participantes poderão apresentar projetos específicos para sua empresa, que serão selecionados pelo ICFJ para receberem mentoria e recursos para implantação do projeto. Os detalhes do ciclo de webinários, do processo de seleção dos projetos e sua implantação serão divulgados nos próximos dias.
Um dos palestrantes do webinar realizado nesta semana foi o jornalista Guilherme Ravache, que participou de um programa similar em 2018 quando ainda trabalhava na Revista Caras. Ele é um intermediador para trazer o programa ao Brasil e contou suas experiências, além de explicar como o programa vai funcionar. Ao lado dele estiveram Sabrina Passos Cimenti, do Facebook, e Bruna Borjaille, também jornalista e representante do ICFJ no Brasil.
Primeira fase terá conteúdo relacionado à inovação
A primeira fase é de treinamento do projeto e de treinamento. Serão seis encontros virtuais, abertos a associados e não-associados da Aner e ANJ. Entre os temas abordados estão:
– Novas plataformas para a produção jornalística
– Vídeos digitais de notícias: novas narrativas
– Como melhorar a experiência mobile
– Desenvolvimento de audiência / Indicadores de performance
– Monetização: como gerar receita
– Novos modelos de organização de redação
Veja algumas perguntas e respostas sobre o programa elaboradas pela equipe da Aner:
Que tipo de profissionais devem se inscrever no Programa?
Podem se inscrever publishers e jornalistas de todas as redações que tenham interesse em inovação e processo de criação de novos modelos de negócio que tornem o veículo e suas produções sustentáveis.
O programa é apenas para associados Aner e ANJ?
Não! Ele é aberto a todos que quiserem participar.
Qual vai ser o conteúdo dos encontros?
A primeira fase terá seis encontros com profissionais especializados em inglês e tradução simultânea para o português. São especialistas em inovação para o ambiente digital. Associados Aner e ANJ terão mais quatro sessões especializadas: duas no veículo jornal e duas para o meio revista.
Como vai ser a inscrição?
Em breve, em uma página que está sendo montada pelo ICFJ. Todo o processo será feito em português. A empresa que quiser se candidatar ao apoio financeiro deverá inscrever ao menos dois funcionários, que deverão ter participação mínima em 75% das aulas da primeira fase.
A que o veículo escolhido para a segunda fase terá direito?
Além de receber uma verba para desenvolvimento do projeto, a empresa ainda contará com mentores especializados na área que em que deseja inovar. O mentor fará o acompanhamento de todo o processo de mudança, orientando tecnicamente sobre as modificações e sugerindo novas formas de atuação da equipe, alterações de rotina de produção, entre outros.
Quem fará a seleção dos projetos?
O ICFJ será o responsável. A seleção será independente dentro do ICFJ, para evitar conflitos de interesse em nível local.
Que tipo de projeto posso apresentar?
Pode ser uma ideia para criar algum produto dentro da redação, mas isso não é uma obrigatoriedade. No entanto, o projeto tem que ser mensurável, tem que ter indicadores de sucesso. É importante que tenha prazos definidos e que traga uma mudança positiva não só para a redação, mas também para o conjunto da empresa. Não faz sentido, por exemplo, inscrever um projeto que tenha 60% da verba destinada a anúncios. Algumas ideias precisam, sim, de anúncios para melhores resultados, mas o valor tem que ser bem observado.
Haverá chances para veículos focados em segmentos específicos?
Sim. Em breve será divulgada uma lista de critérios para a escolha dos projetos. Mas já adiantamos que há preferência para veículos que servem a uma comunidade e àqueles que estão localizados em um deserto de notícias. Outro critério será beneficiar projetos que ainda não tenham recebido nenhum patrocínio ou apoio acelerador.
Qual característica seria importante para um projeto?
Buscamos projetos de inovação, mas entendemos que as organizações têm muitas mudanças a fazer em suas estruturas. Inovar não é apenas comprar equipamentos novos. Há trabalho de cultura organizacional, com o RH envolvido, avaliação e suporte ao time… há necessidades de projetos específicos, como tornar um site mais seguro e há redações que se preocupam em manter um ambiente mais saudável. Estamos muito curiosos, no momento, sobre redações híbridas por exemplo.
A verba a ser destinada à segunda fase inclui créditos para anúncios no Facebook?
Não. A verba será disponibilizada em dólar, na conta da empresa, exclusiva para utilização em projetos de inovação. Não haverá créditos em anúncios