No sexto painel do 2º DATA DAY da ANJ, Fabiana Zanni, Head of News Partnerships do Google Brasil, Jean Mannrich, Gerente Executivo da NSC Comunicação (SC) e coordenador do Comitê de Mercado Leitor da ANJ, e Rafael Silveira, Head de Novos Negócios de O Povo (CE) e Coordenador do Comitê de Estratégias Digitais da ANJ, procuraram mostrar como fazer muito com pouco utilizando a IA. A mediação foi de Alexandre Lopes, Diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna (SP).

“Tem muita gente com dúvidas em seu modelo de negócios. Mas a IA não vai resolver esse problema se não passar por uma robusta visão estratégica de planejamento”, disse Mannrich. Vencida essa etapa, continuou, é hora de organizar as ferramentas para orientar o rumo idealizado de modelo de negócios. “Temos que mudar e nos preparar”.

Silveira disse gostar muito da forma como atuam as startups, de modelo de experimentação de erro de acerto. Para ele, é preciso maximizar os recursos, e isso vale também para organizações de notícias. Segundo ele, um terço do financiamento de novos negócios está em IA. “No que diz respeito à IA, ainda estamos usando aquele primeiro telefone, flip, e precisamos compreender o que está sendo produzido para gerar produtos com a qualidade que precisamos”.

Fabiana disse que as empresas já estão usando inteligência artificial generativa para resumir conteúdos, criar listas, fazer recomendações e transformar produtos, tais como os de texto para vídeos. “Há uma expectativa muito grande do que a IA vai trazer”. Segundo ela, alguns players de mídia já estão distribuindo vídeos mais rapidamente e de forma mais eficiente, oferecendo conteúdo mais apropriado, garantindo engajamento e assinaturas. “São passos importantes, não são triviais e vão nos levar a coisas mais transformadoras”, afirmou.

Mannrich disse que a NSC trabalha atualmente com pequenos grupos na redação usando ferramentas diferentes. “Aplicamos, vemos como foi a modelagem. Ainda estamos aprendendo”.

Fabiana ressaltou que há muito avanço na área de automação em relação a tarefas que demandavam tempo e agora podem ser feitas com supervisão de jornalistas de forma mais rápida e liberando jornalistas para atividades de maior profundidade. “Isso dá, por exemplo, a possibilidade de os jornalistas trabalharem com grandes volumes de dados, utilizando todas as suas notas, todos os seus contatos, URLs e documentos etc. Isso traz oportunidade de ir mais fundo nas reportagens produzidas e tem um impacto na produtividade e na qualidade”.

Foto: Rogério Lorenzoni / Studio3x