O GLOBO – 27/10/2018

O suspeito de enviar pelo menos 14 bombas para líderes democratas e críticos do presidente dos EUA, Donald Trump, é um republicano de 56 anos da Flórida, com uma longa ficha criminal. Cesar Sayoc Jr. foi levado sob custódia ontem de manhã em frente a uma loja de autopeças em Plantation, na Flórida. Ele foi indiciado por cinco crimes federais e pode ser condenado a 58 anos de prisão . Morador de Aventura, ao norte de Miami, Sayoc já foi preso ao menos nove vezes, acusado de roubo, agressão, fraude, posse de drogas, incluindo um caso em que foi acusado de ameaçar usar uma bomba, segundo registros.

Sayoc parece ter um perfil no Facebook sob o nome de Cesar Altieri Randazzo, com vídeos e fotos dele em vários comícios de Trump, informa a Reuters. O usuário “curtiu” mais de cem páginas conservadoras, incluindo grupos anti-Hillary. E também ameaçou o ex-vice-presidente Joe Biden numa publicação que incluía uma imagem aérea da sua casa. Adesivos da van de Sayoc correspondem a imagens postadas em uma conta de Twitter que se acredita que seja de Altieri. Na conta, o homem escreve mensagens contra George Soros, o primeiro a receber pacotes com explosivos na segunda-feira, e contra o Partido Democrata e a favor do Republicano. Nascido no Brooklyn, Nova York, Sayoc é um promotor de eventos e realizador de “entretenimento ao vivo”, de acordo com seu perfil no LinkedIn, que o listou como dono da International Gold Productions. Ele entrou com pedido de falência em Miami em 2012, de acordo com registros do tribunal. Na época, Sayoc disse que morava com sua mãe em Aventura, Flórida, e listou uma restituição de impostos de US $ 1.150 e um veículo Chevy Tahoe de 2001 como seus únicos bens. Ele também já trabalhou como stripper. Sayoc começou a dar sinais de violência anos atrás, ameaçando enviar uma bomba a uma companhia de energia elétrica e postando textos hostis on-line. Em 2002 ele foi acusado de ameaçar com bombas uma empresa de energia por tentar cortar seu fornecimento, dizendo a um representante da empresa que seria “pior que o 11 de Setembro”, de acordo com um relatório policial.

Não ficou imediatamente claro onde Sayoc estaria morando ou trabalhando recentemente. Relatos indicaram que residiria na própria van. Seus perfis de redes sociais ofereciam contas variadas não verificáveis. As contas estão cheias de sentimentos antidemocratas e termos racistas.

Duas contas de Twitter que parecem pertencer a Sayoc são amplamente compostas por posts compartilhados criticando democratas importantes.