A editora que publica o jornal The New York Times (NYT) ganhou mais 180 mil assinantes exclusivamente digitais no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano. A empresa, porém, teve uma leve queda na receita com publicidade online e atribuiu o recuo às incertezas econômicas, informou o jornal O Globo.
Com o ganho de assinantes, o NYT eleva sua base para 9,17 milhões de leitores pagantes, incluindo as plataformas virtual e impressa. O número abrange não apenas assinantes de notícias, como também conteúdo culinário (receitas), resenhas de produtos e games. “Estamos no caminho de atingir nosso próximo marco de 15 milhões de assinantes em 2027″, disse em comunicado Meredith Kopit Levien, presidente e executiva-chefe da The New York Times Co..
Na comparação com o segundo trimestre de 2021, quando a economia americana ainda estava fortemente afetada pela pandemia, o salto de assinantes foi ainda maior: 1,2 milhão de novos pagantes. O incremento exclui os leitores do Athletic, serviço de notícias de esporte comprado pelo NYT por US$ 500 milhões no início do ano passado.
Considerando apenas o jornal impresso, houve queda de 7% no número de assinantes, para 761 mil, confirmando a tendência de baixa verificada nos últimos anos.
A estratégia do NYT para ampliar sua base de assinantes, e alcançar a meta de 15 milhões em 2027, prevê oferecer diferentes serviços para os leitores. Por isso, a empresa contabiliza número de assinantes, e não de assinaturas. Um mesmo leitor pode ter várias assinaturas de diferentes serviços, como o The Athletic (esportes), o Cooking (culinária) e o Wirecutter, de resenhas de produtos, por exemplo.
A empresa aposta em agregar outros conteúdos às notícias para atingir novos públicos que tenham interesses diversos.
O aumento no número de assinantes não impediu uma queda no lucro operacional da companhia, que somou US$ 51,661 milhões no segundo trimestre, recuo de 29,5% ante o apurado entre janeiro e março. De acordo com o comunicado, o declínio se deve a perdas com a aquisição do Athletic.
A receita do NYT, porém, cresceu. Foram US$ 555,7 milhões, alta de 11,7% na comparação com o primeiro trimestre deste ano. Só com as assinaturas digitais, o crescimento da receita foi de 25,5%, e a expectativa é de nova alta acima de 20% entre os meses de julho e setembro.
A receita com publicidade digital, contudo, caiu 2,4%, para US$ 69,3 milhões, “à medida que o segmento reduz seus gastos diante das incertezas econômicas”.
A publicidade impressa, por sua vez, cresceu 15,1%. A editora atribui o crescimento à recuperação dos segmentos de artigos de luxo e entretenimento, que começam a se recuperar da pandemia.