Popular entre os mais jovens, já faz algum tempo que o app chinês TikTok deixou de ser um “aplicativo de dancinhas”, conta Guilherme Guerra, no jornal O Estado de S.Paulo. Com vídeos curtos e espertos, o serviço passou a ser um repositório de conteúdo sobre praticamente qualquer assunto: de culinária e limpeza doméstica a autoajuda e conselhos para adolescentes desiludidos no amor. Em pouco tempo, continua o jornalista, a nova vocação do serviço passou a desafiar o Google naquilo que tornou a companhia em um gigante: buscas na internet.
Os criadores de conteúdo do app, claro, perceberam a tendência e passaram a recomendar serviços e produtos e a dialogar diretamente com o usuário, sem links e ou resultados patrocinados. “O maior diferencial entre o Google e o TikTok é a troca de experiências entre os usuários”, observa Sabrina.
É uma mudança de paradigma que pode estar tirando o sono dos executivos do Google. O novo hábito afeta diretamente o negócio da companhia, que se consolidou nos últimos 24 anos como o lugar favorito da internet para realizar qualquer pesquisa.
A empresa já reconheceu os novos ventos, vindos principalmente da Geração Z, os nascidos depois dos anos 2000.
“Em nossos estudos, cerca de 40% dos jovens não vão ao mapa ou à ferramenta de busca do Google quando procuram onde almoçar. Eles vão ao TikTok ou ao Instagram”, disse Prabhakar Raghavan, executivo da gigante da tecnologia na área de conhecimento e informação, em evento organizado pela revista americana Fortune em julho passado. Segundo ele, as gerações mais novas querem conteúdo imersivo, com formatos “ricos”, como vídeos.
“Essa não é a primeira vez que uma companhia desafiou a ferramenta de buscas do Google”, explica ao Estadão Nikhil Lai, analista da consultoria americana Forrester. O Yahoo! e o Bing (da Microsoft) também estão na corrida, mas o líder permanece com mais de 85% da fatia do mercado há 10 anos. “Mas eu não considero esses nomes como desafiantes, e sim o TikTok.”