FOLHA DE S.PAULO
O faturamento publicitário do Google registrou uma recuperação superior à esperada, depois da queda causada pelo coronavírus no trimestre mais recente, ampliando a receita da empresa e os lucros da controladora Alphabet acima do que a maioria dos analistas antecipava, e gerando alta de 9% nas ações da empresa depois do fechamento dos mercados.
Anunciados apenas dias depois que o grupo de buscas online se viu submetido a um histórico processo antitruste pelo governo do Estados Unidos, os resultados da companhia demonstram que seu negócio básico voltou a crescer, depois que a pandemia causou a primeira contração em sua história.
O presidente-executivo da Alphabet, Sundar Pichai, definiu o período como “um trimestre forte, compatível com o ambiente online mais amplo”. A expectativa era de que o Google se beneficiasse de uma demanda publicitária mais forte, com a transferência de mais verba publicitária dos comerciantes para o apoio a vendas online durante a pandemia, ainda que a força da recuperação tenha sido superior ao que esperava a maior parte dos analistas.
A receita publicitária do Google, que responde por virtualmente todo o negócio da Alphabet, cresceu em 10% nos três meses até setembro, depois de ter caído 8% no trimestre precedente.
A publicidade vinculada a buscas se recuperou de uma queda de 10% no segundo trimestre e cresceu em 6%, e a publicidade no YouTube teve forte recuperação, subindo em 32% depois de uma alta de 6% no trimestre anterior.
No geral, a receita da Alphabet foi de US$ 46,2 bilhões (R$ 265,5 bilhões), 14% acima do resultado do período em 2019, depois do declínio de 2% registrado no segundo trimestre. O lucro por ação subiu em 62%, para US$ 16,40. Wall Street antecipava receita de US$ 42,77 bilhões e lucro por ação de US$ 11,18 no período.
Financial Times, tradução de Paulo Migliacci
RAIO-X DO GOOGLE NO 3º TRI
Lucro líquido: R$ 64,5 bilhões
Receita: R$ 265,5 bilhões
Funcionários: 132,1 mil
Valor de mercado: R$ 5,76 trilões
Principais concorrentes: Amazon (computação na nuvem) e Microsoft (computação na nuvem e buscador)